O corpus LUDVic e interpretação temporal em caboverdiano, Raïssa Gillier & Fernanda Pratas
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Esta comunicação tem duas vertentes complementares. Por um lado descrevemos o processo de construção do corpus oral do projeto LUDViC, composto por entrevistas de falantes de variedades linguísticas do caboverdiano gravadas em Cabo Verde e na Nova Inglaterra, onde vive uma vasta comunidade de falantes da língua. Este processo envolve não só a adaptação aos nossos objetivos das normas TEI (Text Encoding Initiative) para XML para dados orais, como as decisões quanto à transcrição desses dados numa situação de ausência de norma escrita e de uma vasta variação fonológica (Gillier 2019; Gillier & Pratas em elaboração).
Além disso, vamos descrever o caso de variação linguística contemporânea, aqui ilustrado com dados deste novo corpus, quanto a dois marcadores temporais* nesta língua - ta (habitual e genérico) e sata / tita (progressivo) -, usando a análise proposta em Pratas (2018, 2019, no prelo) de que esta variação resulta de um processo diacrónico atestado para outras línguas: o 'ciclo do progressivo' (Dahl 1985, Bybee & Dahl 1989, Bybee et al. 1994, Deo 2015, entre outros).